domingo, 13 de outubro de 2013

tua frança em todos nós

(03 de julho de 2012)


Qual era a França de Rimbaud?
Não era exatamente a mesma França de todos ao seu tempo,
todos precedentes e mesmo seus sucessores?
Tuas idolatrias não são religiosamente as mesmas?
Qual era a diferença dos Gauleses aos Robespierres?
Qual ócio e vício não são representações máximas da natureza humana?
Qual espetacular ironia não é cristal na geleira da alma?
Qual cristão não tem Deus morto em ti próprio?
Qual determinado senhor dos bons costumes não tem um gritante homossexual e uma ninfomaníaca prostituta libertinos, obcecados, maltratados e histéricos em seus testículos, que, ainda algum dia, em razão de um estímulo sem precedentes, gritarão e por tua uretra haverão de sair, expandindo, dilatando, fazendo sangrar tuas tolas e impuras repressões, o que causará uma dor inestimável, sentido súbtas queimaduras - mas por isso extrapolando tuas paranoias e tornando-o amavelmente humano?
Qual é a França de Sarkozy diferente da França de Rimbaud?
Não é a mesma França da humanidade, como o Brasil, da humanidade?
Qual é, portanto, a humanidade da humanidade?
Não é a imensa massa de vivos e mortos, estes sob os mais afáveis e carinhosos cuidados da lembrança humana - tendo tua gloriosa existência consagrada pelo grandioso pensamento humano - e que, massa essa de vivos e mortos, torna-se encarcerada por minúsculas jaulas deste pensamento humano?
Não é, este pensamento humano, grandioso? Ao ponto de criar, entender e se habituar ao passado e ao futuro? Ao ponto de entender, sob seus próprios cuidados, suas próprias faculdades e de uma maneira "bem pessoal" - entender o tempo?
Qual é, então, as causas dos reflexos débeis da humanidade em insistir na trava da contínua expansão?
São tão tolos aqueles que acreditam ser tolos e abomináveis os nossos Rimbauds!
Tão tolos por serem, nessas circunstâncias, eles próprios, Rimbauds!

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