terça-feira, 17 de setembro de 2013

da juventude

Choro e canto com vontade
pelos cantos da cidade;
luta, política, vida e arte,
eu vos amo de verdade.

E choro e canto minha saudade
quando corre-me a idade;
samba, chôro, rir faz parte,
minha eterna mocidade.

a chuva é feito samba

a chuva é feito o samba,
feito o samba de canção,
o samba triste de amor,
feito o samba recitado;

a chuva é feito o samba,
se desmancha em solidão;
feito o samba de dar dor,
feito o samba acalentado.

A chuva é feito a nossa
linda moda de viola,
que o Nelson eternizou
feito o canto de Paulinho;

a chuva é feito a fossa
feito o pranto de Cartola,
no rufar de um tambor,
no chorar dum cavaquinho.

A lágrima de um samba
é o dilúvio de verão,
que escurece nossa fauna
e umedece a natureza;

o canto que encanta
numa trêmula canção,
igualmente nutre a alma
duma planta de tristeza.

Feito árvore me encharco,
me estremeço e suplico
chuvas mil a desaguar,
chuvas mil a abençoar;

feito todos os teus galhos
ergo os braços, reivindico
sambas mil para cantar,
sambas mil para chorar.

A chuva é feita de samba.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

wild love

(15 abril de 2012)

eu te amo e sinto que não é necessário
ter que comer de outro mel para me sentir saciado
ou mesmo me atordoar
como por muito tive que labutar...
eu sinto que me aperta a vontade de te apertar,
que amo o te amar,
que preciso só de sentir isso pra escutar a música como meu suspiro de delirar de saber que não preciso pra amar nada além de você
além de perceber que o que sinto é querer
só você
sei que sabe que não sou aquele que quer só e quer ser único
aquele que busca limitado a ilusão do amor forçadamente cego e surdo
aquele que não ama o amor e a paixão mas sim a prisão
se me derreto por uma só chama não é por limitação
não é por forçar ou por se sentir forçado
é por sentir falta só de você ao meu lado
é por amar e se sentir amado
é também pelo pecado
o nosso amor é jurado pecado
somos anjos eternamente condenados
por sermos livres e também ousados
e percebo novamente que o que sinto é querer só você
que não existe querubim, deus, lúcifer pelos arredores do meu querer
e ao meu amor, sentimento companheiro, juro eterna fidelidade
o amor ama, renova e abala a eternidade
ele já endiabou a castidade, já sangrou lágrimas de santidades
já se meteu em confusão, já foi sentido por irmãos
já foi tocado em um piano, já foi o porque de mudanças de planos
e o porque de eu ter perdido a linha nessas linhas
o amor, amor, não é medido por algumas rimas
amo a liberdade e a felicidade, a alegria da vida, suas fantasias!
e por você ser o que é, escrita em suas métricas
composta em suas partituras, sinto que nada além delas é necessário para fazer-me contente
doido, apaixonado, inspirado, essas molduras desse maravilhoso quadro pintado
que quando se ama a gente sente!

somos eternos produtos do amor, refugiados em seus quintais
e você é meu ele!
dance comigo a valsa que ele compôs para nós!
sinta comigo o arder a pele provocado pelo sol que ele fez nascer essa manhã, para nós!

3

(15 de abril de 2012)

quem disser que que a combinação álcool e amor não tem nenhuma mágica, deve parar de ler, escutar e ver a arte.

2

(15 de abril de 2012)

todos os homens precisam ficar muito chapados, precisam muito de beber, muito! onde está o vinho? ou será possível que esse era o último suspiro de alguma alegria, acompanhado de Quaterna e nada mais?

1

(15 de abril de 2012)

por que maltratam tanto a bebida, com maldizeres diversos? Se ela é uma companheira tão amável do homem... Tudo faz mal, mas tem coisas que fazem mal e nos fazem bem igualmente

fearless

(15 de abril de 2012)

Faça de sua cabeça Fearless, faça de algumas muitas coisas de sua cabeça Fearless também:

You pick the place and I'll choose the time
And I'll climb
That hill in my own way.
Just wait a while for the right day
 [...]
And every day is the right day

Ecos da fantasia

(15 de abril de 2012)

É em função da fantasia que o palhaço sente aquelas baixas pela tua platéia, tua amável e amorosa platéia. Mas a platéia é tanto o teu amor... Só que a fantasia que carrega, não é, para ele, meramente uma fantasia física, que o deixa louvável à comédia e gabaritado em riso; ele veste também uma outra fantasia, talvez por ter que contracenar consigo mesmo no palco as cenas que, às crianças meladas de açúcar pelo algodão doce, causam absurdas gargalhadas, mas a ele causam alguns conflitos que ele não costuma compartilhar...

A tua vida é esse palco, de exposição integral, inclusive de suas fraquezas. Ser palhaço deve ser ideal para pessoas que odeiam se expor, que se sentem engolidas por multidões ou mesmo que tremem ao ler um qualquer texto para umas cinco pessoas. Isso porque a fantasia tem um poderio tão ímpar, que a ela por ela mesma pode desenvolver a mente contraída, pode expandir a vergonha à maestria.

Brada, pois, o palhaço em seu espetáculo:

A fantasia é uma ferramenta imprescindível à vida e a sobrevivência humana! É na fantasia que o homem encontra refúgio de tuas exposições! Exponha o homem fantasiado, que exporá um homem apto para tal, e muitas vezes até primorosamente performático!

E pula o palhaço entusiasticamente no seio da platéia, que se faz em grunhido apreensivo;

Espectadoras e espectadores, meus amores, podem até me chamar de exagerado! Mas convenhamos, meus queridos, se o mundo é cheio de entranhas delirantes que flertam nossos anelos em todos os sentidos, é em virtude dos exageros e dos exagerados! O que é o amor se não o exagero de coisas, tantas coisas, que eu nem sei direito até hoje o que são? E, dessas coisas que compõe o amor, muitas não são exageradas? E muitas outras não são fantasias? Lembremo-nos também daquelas fantasias exageradas!

E de repente, às piruetas, aos sorrisos e às felicidades volta o palhaço ao palco...

Jamais aponte este teu dedo imundo novamente em meu rosto! Vim para desfazer das tormentas que a rotina alveja minha cabeça, não para um imundo discursar pífias palavras sem sentido!

Grita um senhor profundamente irritado, já na escadaria que sobe para a saída, ao lado esquerdo do palhaço...

O que queres dizer, meu querido? Quer dizer que te afliges pensar? Ou mesmo ousaria pensar? 

Basta, louco! Não quero perder meu tempo com suas bobagens!

Não és tu que reclamas da rotina que lhe mete punhaladas em tua cabeça?

E, novamente, tenta o velho interromper a fala do palhaço, mas sem sucesso:

Nada te importas sobre minha vida!..

Viestes para que? Sabes? Hei de falar, meu amor! Basta! Viestes para fantasiar tua vida e tua cabeça nesta noite! Fantasiar! Tu não sabe nada além de sobreviver nesse maldito circo! Mas o que é isso, querido? Sente-se exposto? Jamais me sentiria exposto por um infame...A fantasia que já criara outrora está se desfazendo? Esta fantasia mesma que lhe metia o cabresto em relação às minhas ponderações neste espetáculo? Escute aqui Oh, caístes tua fantasia? Não era isso que eu dizia, meu amor?

As pessoas que saiam do circo, na oportunidade de ouvirem esta ultima fala, ousaram permanecer ou mesmo retroceder alguns passos a dentro do circo; o velho, por sua parte, ia rapidamente perdendo suas últimas expectativas de contra falar com o até então bobo alegre, que, a propósito, transformar-se-ia agora numa gigante e feroz ameaça à instabilidade emocional de todos senhores que sentiam-se presos no circo, algemados pelos gritos do palhaço:

Voltem, amores! Sou o palhaço, o duque da fantasia, o barão do exagero! A mim sentem-se acolhidos, mais bem tratados! Vos expus à vocês mesmos, se saírem o mundo lhes virá expostos, aliás, vocês se sentiram expostos ao mundo! Não se retraiam, não se limitem, fantasiem-se, sim, mas jamais vos limitando à fantasia! Sejam, sobretudo, exagerados! 
Notava-se agora um clamor que se generalizava em favor do palhaço, que no mesmo instante pulou dos ferros onde se encontrava, aqueles que sustentavam a estrutura da parte interna da entrada do circo.

Uma mulher se jogou em frente ao palhaço, fazendo os dois pararem frente a frente no corredor que dava acesso ao palco. Repentinamente, o palhaço, visivelmente extasiado, retira tua fantasia, porta-se nu e causa um alvoroço generalizado aos presentes. A mulher ignora a surpresa negativa daquela imensa maioria que esperava algo mais do palhaço e, colocando-se a correr puxando-o pelo braço, trepa em algumas argolas suspendidas que serviam para o show dos trapezistas, e grita:

O que foi, admiráveis imbecis! Se sentiram expostos à nudez de um homem? Pobres limitados à fantasia! Da fantasia criam tuas próprias lajes, cárceres, e da fantasia igualmente fogem! Louca! Loucos! Jamais me chame de louco! A propósito, nem a loucura é apta a lhe designar! Não lhe chamei de louco! Eu chamei a nós, eu e o palhaço, de loucos! E, sim, se até a tua loucura é fantasiada pelos preceitos de tuas paranóias, ela jamais poderia nos designar!

O homem, um dos últimos, resolve deixar o circo, chutando alguns sacos de pipoca que estavam no chão da escadaria da saída. E ao último senhor que saía pela porta do circo, num berro, como um último suspiro:

Exagero! Exagero! Gozo dele, por ele! Fantasia! Gozo por ela, dela!

São tão pequenos, meu amor... mas eles me ensinaram, sem eles eu não seria o que penso, então resolvi retribuir aquilo que tanto crescia dentro de mim.
Não, podem ter lhe auxiliado, mas tu ensinastes a tu próprio! Sim, amor, são dignos de dó! Mas compreendamos que, infelizmente, nem todos têm oportunidade, outros nem têm capacidade, de abrirem as grades da prisão, despirem a camisa de força da cabeça;
Compreendo, querida, por isso soamos aos seus ouvidos como ruídos intolerantes;
Certamente. Enquanto houverem fantasias mal feitas, aquelas que extrapolam teus verdadeiros significados, assim como você falou, haverá a bestialidade massificada! Mas não nos portamos como superiores tampouco atribuamos a eles o menosprezo; sofremos as mesmas tentações, o amor nos dói igualmente, a fome nos ataca igualmente, assim como igualmente não sabemos de nada!
Por isso a certeza é uma fantasia!
E por isso é precisa!
Você dilata a minha a visão, querida;
Assim como você também dilata a minha; calemos, palhaço; a fala, de tanto que fora explorada, já está batida por hoje; conheçamo-nos ao silêncio da fantasia!


Mas não ao silêncio também batido; conheçamo-nos ao silêncio exagerado!

eu te amo

( 08 de abril de 2012)

eu sinto o amor sentido
eu amo, eu reclamo
quero lhe dizer que te amo
não indagues o juízo
ou mesmo o tempo que não prova
pouco ou muito, não importa
um calor bateu a porta
deixou aberto meu abrigo
ficou frágil meu sentido
uma zombeira no ouvido
é a vertigem dessa nudez
que desabrochou do espanto
do que você me fez
de amar o teu encanto..
 não te espantes,
eu reclamo
não me meça,
eu te amo

já sabia ou descobriu, ele precisa dele e sabe do que precisa

(27 de março de 2012)

... até que ele descobriu, sentindo um frio na barriga e um amargo gosto de nostalgia, conversando e dando espaço às recordações calejadas que firmaram o que ele é, pensa e sofre hoje em dia, que é apaixonado pela paixão, "ou pelas paixões", como ele próprio classificou... E voltou a pensar no rumo sem rumo de sua vida pelos próximos meses enquanto ia ao banheiro olhando pela última vez os entusiastas da vida profissional que lhe acolheram por algumas quinzenas de dias. É chato e, em algumas vezes de pasmo ou mesmo embriagues, sente-se uma agonia igualmente chata por viajar sempre a mesma estrada e nadar sempre o mesmo lago.. Talvez por isso decidiu o tempo ao labor.. ou mesmo ele próprio ao labor..

up the khyber

(27 de março de 2012)

- Não meta em meu destino uma constante de amarguras, desilusões e tristezas!
- Cala-te!
- Não! Do sofrimento quero distância!
- Cala-te! Não tenho autoridade nenhuma para causar-lhe dores ou de alguma forma ser complacente contigo; tu estás fermentando o teu solo! Não queres tu ficar fascinado com a cósmica nuvem da volúpia da juventude?
- Evidente!
- Então prepara-te para as oscilações, oras! Não metas tu em tua cabeça o cabresto da juventude pelo medo de minha existência!
- Mas do que anseio grita forte o equilíbrio! E é da ausência dele que me nasce teu oposto e que, como consequência, o medo dele num futuro sem volúpia!
- Cala-te! Enfrente tuas garras, aliás, as garras de tuas paranoias e brade a tua segurança! Não tens segurança, jovem?
- Primeiro a apresente-me; tenho certeza de que a amaria por noites e dias, durante infinitos anos!
- Conheça-te tu a segurança; ouse, jovem medroso!
- Cala-te!
- Calo-me sim, metido e orgulhoso! Mas compreenda que o engordo do teu calo se dará em virtude dos tapas que sofrerá em decorrência de tuas tentativas inseguras de viver!
- Não te calas, me ajude! Anseio não oscilar agora, tampouco num período que está por vir, mesmo que não tão próximo... Período este que vejo criar novos capítulos por eu já ser, tão jovem, consequência de alguns já vividos...
- Calo-me, sim! Estou a partir... fujo das perpetuações de tuas tormentas... E como via de despedida, não penses que pensa; não atropele o fato pela conspiração! Mas não te rendas àquilo que lhe fez construir novamente! Já estás de alguma forma construído, e a prova viva disto é esse drama que me ora; Mas, jovem, você deve saber o que quero dizer e o que digo para não te render! E o que lhe digo: não sofras do sofrimento que ainda nem nasceu como angústia, que ainda não cadastrou teu nome na lista das celebridades de tua vida...
- Não! Disso já me firmei a postura! Mesmo tendo o porque fazê-lo realidade..
- Sejais humano, somente!
- Serei! Não fiques emburrado comigo, não estou sofrendo, tampouco triste!
...
- Prometa-me que voltará sempre que lhe aspirar...!!!
...
- Prometa-me! .... Eu quero amar!..

é muito

(25 de março de 2012)




é muito forte pra mim!
é muito peito trêmulo, é muito pulmão ofegante, é muito assédio à cuca, é muito estímulo para que os dedos suportem tanta contorção... é muita exacerbação que anseia explodir!
é muito violino aos meus ouvidos, é muito choro das notas tortas que gritam, berram e gemem!
é muito pôr do sol escarlate para meus olhos!
é muita lágrima para os meus olhos, e muita ânsia para meu pescoço contraído!
É muita força para minha panturrilha, é muita respiração ofegante e crescente e muito ofegante e crescente a respiração!
É muita dor da boa dor para o coração, é muita inspiração frustrada e efetivada para a imaginação!
É muito mais que o vermelho que se apresenta ao preto e o branco como solução!
É muito mais que a unha que arranha e o dente que morde o tesão!
É muito mais que o sol que ilumina e a lua que apaixona a noite clara e seca de verão!
É muito mais que a primavera dada ao inverno como solução!
É muito soluço dedicado à prisão da traqueia das paixões, é muito choro que vem como dilúvio à tristeza trazendo as boas novas das purezas de nosso líquido ocular!
É muita tempestade para os jardins de minhas emoções, mas igualmente são tão bêbadas as flores que nele gozam mel junto às abelhas, e das tempestades as beberronas se fazem de rainhas!
boêmias, flores dos jardins de minhas emoções, de meus devaneios, boêmias flores! bêbadas de mel, de tempestades e de amor!
É muito sereno para minha saúde, é muito orvalho para as folhas dos jardins! Mas é tamanho o prazer que as tênues e sutis gotas de água, ou de choro, ou de vinho, provocam nas folhas! As trepadeiras, as que vão além e trepam galhos e quaisquer objetos suspensos a fora, que conhecem bem como desfrutar das delícias do orvalho matutino, apreensivo e poético por primazia!
É muito ácido para a sanidade, é muita maconha para a ansiedade, é muita cocaína para a monotonia, é muito tesão como terapia!
é muito forte pra mim!
É muito urgente o delírio, o virar dos olhos, a fuga da desgraça, a investida na vida, o estourar dos fogos e das festividades da consciência, o emaranhar as coisas que não se medem e não se explicam, que nem os espertos, ou mesmo os bêbados e sonolentos compositores, apaixonados e escritores explicam...
É muito urgente o piano ao excitado, a cama ao exagerado, ao defunto leviano a vida e o luar às águas turvas de um rio!

o lobo a ideia você

(22 de março de 2012)

imposta a cala
amordaçada a expansão
a mente não nada
quando é nada na prisão

condenada ao pavilhão
da alcateia das ideias mortas
o sepulcro não falha
o epitáfio puxa a mão
do lobo morto que não fala
que não late, que não rosna

imposta, a cala!
cala a rosna amordaçada
nada nada na água clara

o lobo é pra viver
o lobo é pra pensar
o lobo é você
que matam sem parar
que vive pra parar
que deve viver pra viver
que deve pensar pra pensar
que não deve parar para parar
que não deve parar para privar

mas

tudo é escuro pelo sepulcro
o lobo é mudo
e não nada na água
o lobo é surdo
e não vive na mata
o sepulcro não falha
o sepulcro mata
o lobo não rosna
o sepulcro mata

gatti - à minha mãe, vó, prima e primo

(13 de março de 2012)

uma por vezes imatura, entretanto determinada, corajosa. Da distancia fez seu pilar para a vida, sua fundamental, apesar de dolorosa, arma para sua vitória. Da distancia multiplicou-se o tempo, do resultado, cresceu a ferida necessária para o êxito. Seria crueldade do destino se não fosse de fato necessário para o amadurecimento e, sobretudo o autoconhecimento. Quem por muito não tivera autonomia suficiente em passagens aleatórias e não tão penosas da vida, a própria vida coibira para a compreensão de si mesma que poderia ser forte, persistente e focada. E de fato foi, e de fato é, forte, persistente, e focada.

O tempo é angustiante, principalmente quando se passa por uma crise de ansiedade; os dois dígitos que contam os anos são suficientes para, outrora sanar a angustia pela comodidade desenvolvida, outrora para refletir os um-quarto ou um-terço perdidos e marcados pela distancia. Evidentemente, de tudo tiramos experiências com os erros e alegrias com os acertos; o fato é, não devemos amargurar os erros se podemos tornar suas consequências como alicerces para próximos acertos. 

A dor não cura, a dor não alivia, a dor não corrige; então por que senti-la? Por que, ao menos, legitimá-la como algo que exista ou deva existir? A dor não é uma causa, é uma consequência. Quando queremos derrubar uma árvore, não atacamos seus galhos, sim suas raízes. Não ataquemos ou legitimemos a dor; que compreendamos suas raízes, pois a dor é uma reação antagônica a algo que tem como causa; e, se a dor é antagônica, o que é a causa necessariamente é o oposto da dor. Foquemos nisso! Em virtude dessa analise que ela não me causa espanto; a simples consciência de que existo e que vivo, que existem esses mais de 10 anos, que minha mãe existe e vive, faz-se necessária para a difusão da alegria.

Por aqui existem algumas outras “Fanoras”; talvez eu tenha compreendido o conjunto social o qual antes ela fazia parte diretamente como sua presença, seu abraço, e por isso eu tenha conseguido afastar tão facilmente eventuais tormentas maiores, angustias terríveis. Foi-se o corpo, entregue nas mãos do mundo para ser castigado e, somente por essa alternativa, por esta chantagem, poder dar-me toda assistência e regalia as quais gozei aqui. Foi-se a carne e a autoconsciência; ficou a alma, o carinho, manifestado em alguns muitos que amo e que ficaram aqui.

O meu tio: seu irmão. Não existe adjetivo melhor para designá-lo. Quando penso no passado da minha mãe, o que mais me remete é a imagem do meu tio como companheiro de saltos e quedas, de idas e vindas; talvez pelo espirito forte e protetor que por algumas vezes vi quando era criança, em acontecimentos que por aqui nem devem ser enfatizados, de tão fúteis e pífios que são tendo em vista nossa história e nossos triunfos familiares, com o amor e a solidariedade como virtudes; talvez pelo momento que vivo, a juventude, a qual penso demasiadamente como teria sido a deles, fantasiando cada momento vivido e comparando com os meus que vivo; talvez mesmo por serem apenas irmãos, por só isso já basta.

De qualquer modo, sinto uma confiança e uma fortaleza tão incrível em meu tio, sinto-o como um irmão mais velho. É até impressionante as relações familiares e as emocionais que tenho com pessoas que estão intimamente ligadas a nós: sua irmã como minha mãe biológica e amiga; sua filha como minha irmã, chata por algumas vezes, todavia poucas vezes sem razão; seu filho como uma perfeita manifestação da natureza, que tanto amo e amo mais ainda por ser tão reciproco; e sua mãe, guerreira, como minha mãe presente, como o sustentáculo para qualquer triunfo que obtive até hoje, a poderosa e tão sutilmente carinhosa mulher que fez a vida, as nossas vidas.

É impossível pensar em minha vó sem perder algum norte de concentração num momento desse, que faço de letras os meus mais sinceros sentimentos de minha família. Até a estrutura física é abalada, escorrem sempre algumas lágrimas no rosto, transbordando um sentimento tão denso... Também não é para mais, todo amor que eu possa suportar, toda confiança que eu possa atribuir, toda angustia que eu possa sentir por algum mal que lhe fiz. Todas sensações que variam das mais magnificas às mais deprimidas, quando dizem respeito a ela, são realmente enaltecidas.

Adjetivá-la é custoso, descrevê-la é impossível. Vivê-la é o necessário. Sentir o carinho que ela transmite, mesmo com toda sua rigidez, é incrível. Sua rigidez e sua convicção fazem dela a pessoa que é; se não fosse essa postura, quem seria alguém que suportasse tamanha pressão que ela suportou, que ela venceu e triunfou. São três gerações criadas na garra, são netos, filhos e inclusive o marido como provas para demonstrar sua força.

Não posso mais prosseguir com palavras a descrevendo. Sinto-me obrigado em finalizar esse suspiro textual e dar prosseguimento ao suspiro além das palavras e letras. Eu amo vocês demais.

dona maria, a flor nasceu em você

(12 de março de 2012)

o silencio do altar me apavora
eu quero a gritaria da nossa alegria!

e que seja feita a nossa vontade agora!
que deserde o bitolado pela nossa euforia!

Oh, dona maria
és tu livre a partir desse instante
goze e a liberdade sem medo quero que cante!

quero eu e queres tu
tu estás liberta e teu coração estás nu!

amo a mim e amo a você
e sob tutela do infinito amor ninguém poderá nos prender!

ninguém, dona maria
a cruz caiu, o costume castrado!
a nova paixão fez do pecado abortado!

abortado, o pecado abortado
libertado, teu ovário libertado

dona maria
essa tua maravilhosa boa nova
floresceu do seu útero!
e de lírico pequeno-pouco,
tua audácia fez uma grandiosa prosa!

eu leio, morro e amo a vida

(11 de março de 2012)

vou morrer, por isso escrevo
por isso me escrevo
para eu continuar vivo
vivo!

beijos, eu te amo quem me lê!
sem você
isso não teria sentido
sem eu
isso não estaria escrito

nem vivido
nem agonizado
nem amado
nem sofrido!

eles nos dão; nos damos a eles

(11 de março de 2012)

a vida para viver a dor
a fome para sentir no chão
o frio e para ter calor
a cola como seu colchão

eles nos dão, às nossas crianças

o futuro num maço de cigarro
o destino soprado num trago
no papel de 10, 10 reais do descaso
e como oferenda o assassinato

eles nos assassinam, às nossas crianças

a vida antes dela ser
o sorriso do amanhecer
a esperança, que trajava natural
a alegria, que deveria ser normal

mas eles nos dão, às nossas crianças

o sentir fome, o ódio
o sentir frio, o ódio
perder o nome, a vingança
o sentir vazio, a vingança

o ódio e a vingança, a morte
o deus morto no altar, a morte
o sorriso inquieto, o brado
na mesa de jantar, o alvo

eles nos dão, às nossas crianças

o alvo aqueles que vos sustentam
que se emocionam em romances
que se aprisionam das tormentas
nos jantares inquietantes

eles nos dão, ao nosso destino

aliás eles nos dão, o nosso destino
e ao destino, impõe nossa rotina
que nos tranca e faz-nos sentir receio
de nós, que engordamos nosso medo

eles nos dão, portanto, o medo

assim como nos dão a pátria
assim como nos dão a segurança
a nós por nós armados, reforçada
assim como nos estupram propagandas

eles nos estupram a cabeça

nos dão escolas com seus métodos
nos dão o curso do vazio puro
nos afogam na inércia de seus processos
transformam a luz num salão escuro

eles nos dão o escuro, quando podemos ter luz
eles atacam o cógnito, para que o néscio se reproduz

eles alvejam quem ousa, pois quem ousa pensa
portanto criam hospícios, televisões e cadeias

eles sabem, e têm medo dos livros
eles sabem o valor de seu perigo

eles têm armas e as dispõe à nós
nós temos cabeças, e dispomos a vós

somos nós, os demônios que nos perseguem
somos os bandidos, as polícias e os hereges
os pecadores da moral que nos impuseram
os loucos engasagados por seus remédios

a inserção de vossa matéria
bem ensinada na escola da vida
determina a nossa miséria
nosso sofrer, nossa batina

determinemos, pois
nosso próprio dia
nossa própria noite
nossa própria vida

ataquemos, então
aquilo que nos ataca
não conheçamos o perdão
enfiemos, a faca
em vosso peito, no coração

pra fazer cessar, enfim
esse eu contra você
você contra mim

essa batalha,
travada por nós,
por nós contra nós

pra fazer nascer, de uma vez por todas
a nossa vida, por nós orientada
a antiga ilusão cantada por aquela louca
que por nossa utopia foi fecundada

cirrus minor gc

(06 de março de 2012)

..ou então aceitemos também!
somos lindos e é isso aí meu amor
o mundo gira em torno dele
o mundo gira em torno do sol
mas ele está sob nossos pés
ele é grandioso, meu amor
mas somos infinitamente grandiosos também!

e o sol...
o sol nos arde a pele
nos mata o frio
e nos faz dele uma representação
de alegria e vida!
Ele nos faz! A nós, ele nos faz!

Você sabe o que você é, meu amor?
e eu sei o que eu sou?
será que devemos saber?
ou devemos procurar saber?
se só o fato de sermos
e lindo sermos
já basta!

A grandeza se dá pela vida
a vida nos atribui a grandeza divina
estamos vivos, amor!

estou vivo de você
o que respiro é o seu ar
o que me machuca é sua mordida
mas não leve a mal, meu bem
esse machucar é como o sol para as flores do meu jardim
é como a bebida ao entediado
é como o poder ao obcecado
é como a tua mordida a mim

meu amor, somos lindos! esbravejo-me novamente!
meu amor, devemos nos exaltar
quem se ama se delicia
quem se delicia delicia quem se ama
e quem se ama ama quem se delicia
que nos amemos
que nos deliciemos!

já que falei em delícias...
a juventude é de fato uma delícia!
a nossa juventude é eterna
ela não nos frige
ela nos responde

"olhem, crianças
como eu posso lhes apresentar
sob uma forma extraordinária
que caibam quaisquer objeções
frases, aspirações, reivindicações;

olhem, crianças
como posso lhes apresentar
a vida!

olhem, meus amores,
como eu posso lhes fazer ávidos
para suscitarem seus prazeres
e para verem a vida cheia de cores
ou até cheia de dores
mas aquelas dores juvenis
que até fazem bem!,

crianças, sou a juventude
amem-se!
pois, em meu reinado
a lei sou eu;
e, em meu reinado
vocês fazem a lei!

crianças,
em meu reinado,
vocês me fazem,
me vivem!
"

ah, meu amor
somos jovens!
perfeitos por sermos a natureza
perfeitos por sabemos que a somos!

as imperfeições só cabem na nossa limitação à esfera que sustenta imperfeições!

Por que não sermos perfeitos?
Devemos ser ousados!

Meu amor, aceitemos, também!
Aliás, amor, compreendamos!

Carry that weight a long time

(16 de fevereiro de 2012)

Qual seria o trauma daquele tigre que tem seu orgulho felino - ou sua própria alma - destroçado? ou, melhor, quais seriam os motivos para esse ou esses traumas? uma hiena que se aproxima num dia ensolarado, quentíssimo, nos interiores das matas africanas, uma hiena que neste sol escaldante tremula seus olhos pelo ardor do calor de nossa estrela, que o seduz e não o apresenta o mínimo de ameaça, noutras noites se transforma num volumoso bicho estranho, atormentador, medonho, que é capaz de, com sua ironia e posição nas coisas da vida, fazer os caninos do bichano se destroçarem pela força de seu maxilar, força que é resultado das dores das cáries dos caninos do orgulho e da mente do animal... 

Sabe-se que o canino é um dos pontos de maior concentração de força num animal carnívoro e sobretudo selvagem. É o canino que devora aquilo que lhe não é de bom agrado; é o canino que se dispõe como a proteção e o poderio ofensivo do bicho; pode-se dizer então que é o canino a morada de sua estabilidade vital e, mesmo que não seja por tempos integrais, nalguns vários momentos é imprescindível sua existência. O que seria, então, dum tigre com seu canino destroçado? E mais, o canino de suas objeções, da áurea de seus pensamentos, seu canino emocional; o que seria dum tigre com esses caninos assolados por uma cárie destrutiva?

São perguntas que o tigre, caso pudesse se dispor de análises como nós humanos podemos, deveria fazer-te imprescindivelmente. Surge mais uma pergunta: qual foi o descuido do tigre para esses ataques impetuosos da cárie em seu sustentáculo emocional? A fragilidade de seu coração poderia de alguma forma influenciar essa doença crônica em seus caninos? Por que, tigre, não começa-te a te responder? Uma cárie, tigre, surge com o tempo, se desenvolve com o tempo e, por isso, quando ataca, permanece-se nessa condição, ela ataca com o desenrolar dum tempo. E é justamente aí que vem tua dor mais irascível, a dor que você sente num desenrolar muito grande do tempo e que, às vezes, sufocando-te, parece não ter fim, não ter cura, parece a ti que firmou-se não uma cárie, mas um câncer em seu fígado, que lhe agoniza e lhe faz retrair mais e mais para ti mesmo, o que te faz ter medo duma inofensiva hiena numa noite nebulosa naquelas savanas da áfrica...

Voltando à hiena, tigre, talvez não foram outras hienas pela tua vida que lhe meteram boca-da-tua-mente a dentro a cárie nos caninos-de-tua-mente? Tigre, responda e conheça-te; podes definhar, é inevitável, mas conheça-te para conhecer o que lhe fere, o que lhe fez ferir e que, apesar dos devaneios e desacertos da vida felina, reconhecer que você é um tigre. E, tigre, por ser um tigre já sabemos que teu orgulho é capaz de fazer brilhar todo o oceano pacífico, dar luz à noite e fogo à lua; imagino, tigre, como deve estar você agora, com essa coisa que chama orgulho, que tens e que estás sumariamente abalado.

Teu orgulho vens sendo abalado, tigre, reparei, e sei que é por isso que não te assume a cárie. Mas sou seu amigo fiel, assumo-a por ti e me disponho a tratá-la... Tigre, não chores, você está exposto às seus semelhantes, mas chore quando sozinho; chore, desanuvie, as lágrimas do seu choro poderão ser a cura de tua enfermidade, poderão fazê-la mole quando em contato corrente e assim fragilizando aquilo que tanto lhe fragiliza. Mas não espere somente de suas lágrimas; se for necessário, também, quebre seus caninos de fato com aquela força que lhe atentei no começo de minha fala, meu grande amigo.

Extrapole a dor dos seus caninos-de-tua-mente nos seus caninos de cálcio de tua boca, ruja tuas dores, encare-as de frente, mesmo que contraia-te a ti mesmo... Das respostas, Tigre, não as exponho por orgulho, você sabe... você sabe do orgulho e das respostas... Tigre, saibas de uma coisa: essa hiena não lhe atormenta como seus olhos apresentam a ti; assim como existem os caninos-de-tua-mente, existe o devorar-de-outro-modo: devore-a-de-outro-modo.

Escute, Tigre, escute essa música... digo-lhe que ela me faz chorar... E chore também, chore, pois depois de toda tormenta nos céus carregados, cinzentos e escuros, existe o sol, o azul e o infinito, meu amigo tigre...





Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time
Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time

I never give you my pillow
I only send you my invitations
And in the middle of the celebrations
I break down

Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time
Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time

Garoto, você ira carregar esse peso
Carregar esse peso por um longo tempo.
Garoto, você ira carregar esse peso
Carregar esse peso por um longo tempo.

Eu nunca te dei meu travesseiro
Eu apenas lhe enviei meu convite
E no meio das celebrações
Eu desabei.

Garoto, você ira carregar esse peso
Carregar esse peso por um longo tempo.
Garoto, você ira carregar esse peso
Carregar esse peso por um longo tempo.

mordida

(15 de fevereiro de 2012)

eu quero os suspiros que por tanto nos perseguem
eu quero a sua mordida, que aprendi a querer-mais
eu quero ser o caim da lilith do pós-eden
do pecado pelo pecado, ao que nosso corpo satisfaz

ao zé ninguém, com carinho de w. reich

(14 de fevereiro de 2012)

Não entendes porque é assim, porque não pode ser doutra maneira? Eu digo-te, Zé Ninguém, porque eu aprendi a ver-te como o animal rígido que me trazia no seu vazio, na sua impotência, na sua doença mental. Só sabes sorver e apanhar, não sabes criar ou dar, porque a atitude básica do teu corpo é a retenção e o despeito; porque entras em pânico de cada vez que sentes os impulsos primordiais do AMOR e da DÁDIVA. É, por isso que tens medo de dar. A tua permanente avidez só tem um significado: és continuamente forçado a encher-te de dinheiro, de satisfações, de conhecimento, porque te sentes vazio, esfomeado, infeliz, ignorante e temendo a sabedoria. É, por isso que foges da verdade, Zé Ninguém – ela poderia fazer-te amar. Saberias então o que tento, inadequadamente, dizer-te. E isso tu não queres, Zé Ninguém. Só queres que te deixem em paz como consumidor e patriota.

“Ouçam isto! Este tipo nega o patriotismo, a base do Estado e do seu órgão fundamental, a família! Isto não pode ficar assim!”

É assim que gritas “aqui-d'el-rei” quando alguém te denuncia a prisão de ventre mental. Não queres nem ouvir nem saber, queres berrar “vivas”. Mas porque não me deixas dizer-te por que razão és incapaz de alegria? Vejo-te o susto nos olhos - sente-se até que ponto o assunto te afeta profundamente. A “questão religiosa”, por exemplo. Afirmas defender a “tolerância religiosa”; afirmas o teu direito à liberdade em matéria religiosa. Perfeito. Mas queres mais: queres que a tua religião seja a única. És intolerante quanto às outras. Ficas desesperado quando encontras alguém que, em vez de um Deus pessoal, adora a natureza e procura entendê-la. Preferes que os cônjuges em vias de separação se processem judicialmente, se acusem de imoralidade ou de brutalidade quando já não lhes é possível viver juntos. Tu, que és descendente de homens rebeldes, és incapaz de reconhecer o divórcio por mútuo consentimento - porque a tua própria obscenidade te assusta. Queres a verdade num espelho, algures onde não possas chegar-lhe. O teu “chauvinismo” decorre naturalmente da tua rigidez, da tua prisão de ventre mental, Zé Ninguém. E não o digo com sarcasmo, porque te estimo, embora seja teu hábito esmagar os que te estimam e dizem a verdade.

Repara, por exemplo, nos teus patriotas: não andam, marcham. Nem odeiam o inimigo – o que acontece é que têm “inimigos hereditários” que de dez em dez anos passam à categoria de amigos hereditários, e vice-versa. Não cantam – berram hinos marciais. Não fazem amor – “comem-nas” e têm um curriculum de “fudidas”, por noite. Estas são as verdades que tenho para dizer-te, Zé Ninguém, e contra as quais nada tens a opor, exceto o assassínio, o mesmo que perpetraste contra tantos outros homens que te estimavam: Jesus, Rathenau, Karl Liebknecht, Lincoln e muitos outros. Na Alemanha costumavas chamar-lhe “depuração”. A longo prazo foste tu que foste “depurado” aos milhões – mas continuas a ser um patriota.

Desejas amar e ser amado, amas o teu trabalho e é dele que vives, e a base do teu trabalho é o meu conhecimento e o de outros. O amor, o trabalho e o conhecimento não têm pátria, não conhecem fronteiras nem uniformes. São internacionais, são o patrimônio da humanidade. Só que tu preferes o teu patriotismo medíocre porque tens medo do amor genuíno, do trabalho responsável, medo do conhecimento. E por isso exploras o amor, o trabalho e o conhecimento dos outros, mas nunca poderás criar. Por isso usas a tua alegria como um ladrão furtivo, por isso não consegues suportar sem azedume e inveja a felicidade dos outros. ao zé ninguém, com carinho de w. reich

se eu posso pensar que blululrulrlururm

(13 de fevereiro de 2012)

Deus, senhor dos senhores
o grande onipotente
onisciente e onipresente
perfeito por natureza
amado por milhões
milhões tais suas criaturas
seus seres,
que, por virtude, seríam tua imagem semelhança
eu? sim,
mais uma criação do mestre supremo

sim!

tu nos criastes com qual finalidade?
imagem semelhança tua;
com certeza não!
se tu fizestes o homem como semelhança
de sua perfeição
como ele seria seduzido por uma cobra,
pelo seu anjo rebelado?

Vossa excelencia Deus
és capaz de destruir o inimigo
o anjo rebelado
que semeia ódio por todos os seres

o inimigo! Criação tua!
Ser Humano! Criação tua!

Um tinha como finalidade
gozar do amor de vossa grandeza;
outro tinha como finalidade
ser simplesmente tua cópia!

Ora, como és perfeito
ao ponto de criar
um anjo que se rebelou
contra sua magnitude?

Ora, como és perfeito
ao ponto de sua imagem semelhança
deixar-se manipular
pela serpente?
pelo inimigo? Por outra criação sua?

Como tu podes amar suas criações?
Se, duas delas,
fizeram algo que tu condenas?

Se tu condenas, por que criou?
Então por que privou?

Deus, senhor dos senhores,
ao criar uma criatura,
se seu destino é predefinido
por sua própria excelencia,
porque condená-la?
porque deixastes cair em tentação?

Deus, amado por seus seres,
pode ser seduzido por uma criatura
desprezível ao teu nível?

Sim?

Assim como o homem o foi,
tu também é vulnerável;

Ora! Isto está errado!

Ou tu, ou tua criação;

Se for tua criação,
tu também estás!

És tu perfeito?
Gosta tu de ver as suas marionetes
agonizando, se corroendo?

Tu criastes os sentimentos?

Fora tu que criastes o ódio?
O rancor?
O amor?

Fora?

Cada um tem sua história escrita
por tu, senhor criador!

És tu sádico?

Gosta de ver seus seres
que lhe amam
sofrer?

Se você vos ama;
por que vos criou?

Por que criou o homem?
Por que criou o inimigo?
Por que fez do homem um ser fraco
e fê-lo comer o fruto proibido?
Por que criou o fruto proibido?
Por que proibíu-o?

E agora, que tudo foi feito
como uma atitude simples
condenou as duas criações
por erros - erros? -
que tu disse que eram erros
e que tu vos fez errar!

Agora, estou eu aqui,
milhões de anos depois
de adão, de eva
da serpente,
do fruto proibido,

e herdo os mesmos sentimentos;
mesmas aflições;
pensamentos;
e tudo que criastes
para nos ver sofrer!

então que eu faça bom uso dos TEUS sentimentos
deles retiro o ódio e a vingança
para lutar contra tu
contra teu "amor"
que um dia me sedou
um dia me deixou louco
que um dia passei a sentí-lo!

O mais absurdo,
é que você, senhor,
teve a audácia de fazer isso!
de montar esta história!
Esta única história
dentro de milhões, bilhões
que aqui estão comigo
dividindo a candice
e, por ironia do destino,
lhe amando!

Deus, sádico, desgraçado
criador do meu presente
do meu futuro,
do meu passado
és tu tão cretino,
és tu também o destino!

tu me criastes para estar aqui
escrevendo contra você,
pensando contra você,
e entendendo o que você faz

Mas, quem se importa?

quem daria-me ouvidos?

Deus, tu és tão perfeito,
que, aqueles que rebelam
contra sua excelencia
nada lhe afetam;
apenas lhe ajudam!

Deus, eu te amo.
tu me enfraquece
tu me chantagia
tu me alucina

ora, tu nem existe
e faz com que eu pense em você!

Tu és perfeito, sim.

se o cheiro confuso, as portas estão permanentemente abertas

(13 de fevereiro de 2012)

o grito berra a garganta seca
ilusão branca agitação tristeza
desse anseio que lhe atormenta
ansiedade que lhe adoenta

a cabeça que já diz que não aguenta
a vida podre que matou sua natureza
um entupido que alimenta sua tristeza
fugir pra onde se é escravo da caneta
do corte, a sorte, da navalha, a sutileza..

ela excita, ela mata, morre e abraça o medo..
das várias consequências
a inspiração é a que tem o melhor cheiro!
melhor que o da nota
que se confunde com o primeiro...

o tempo e as jogadoras fumantes e as novas jogadoras

(02 de fevereiro de 2012)

O tempo é, o que concluiu depois dos alguns anos de novas experiências e naqueles anos de amadurecimento, o dealer do jogo da vida, aquele que embaralha as fatalidades vividas e as distribui. Só o tempo, com sua infinita grandeza e maestria poderia, de fato, dar as muito mais que 52 cartas à mesa. E não é uma mesa fácil de lidar não, acredite. Nela jogam a sensatez, uma brava jogadora, forte e complicada de se relacionar; a intimidade, uma jogadora que a cada nova rodada faz questão de implicar com os assuntos mais bestas e banais das demais jogadoras; joga também a monotonia, que sempre está a ascender o cigarro da novidade e da espontaneidade, coitada, já velhinha e destruída pelo câncer de pulmão; ah, a intriga também joga, talvez a mais cínica das jogadoras e com certeza a mais enjoada de todas...
Incrível é poder, depois destes anos, acreditar que um dia naquela mesa, fazia-se presente a amizade, nova, ávida, enxuta e com muito vigor, muita vida, exuberante, tal como as próprias espontaneidade e novidade, que alucinavam os fatos e as realidades daquela época, coloriam com cores fortes e intensas tudo que via, via mais intensamente tudo que coloria, e faziam, de uma maestria ímpar, as irmãs relações, também jogadoras, acentuarem os afetos e as festividades mentais.

Mas o que se vê nessa mesa é que, durante esses anos, algumas jogadoras envelheceram, outras perderam todas suas apostas - tendo por isso que sair do jogo -, outras ainda se relacionaram tão intimamente que, de alguma maneira, criaram filhas, (filhas novas mas com espírito buxunxado, chato de galocha, velho, entende?). É inevitável o crescimento de responsabilidade - e por isso importância - do tempo naquela mesa, o único que penou realmente para a manutenção do jogo, que não parou, não para e nunca vai parar de caminhar, de trabalhar as cosias e fazer existir o jogo. Chega num determinado momento que ele se vê obrigado a intervir de alguma maneira na mesa, dando tapas e causando nervosismos nas jogadoras por meio das cartas - pode entender como "verdades"- novas distribuídas...

Mas na mesa, duas jogadoras que o tempo trouxe consigo dessa empreitada que é viver o vive-se, são jogadoras novas e por isso estão, num tempo tão curto, se destacando por demasia, fazendo ocultar as demais jogadoras, velhas e rabugentas, chatas e fumantes, e trazendo o protagonismo da mesa à elas mesmas, justamente pelo vosso brilho que reluz na mesa inteira... Apesar duma tal de ansiedade, chata, implicante e também velha jogadora, essas novas jogadoras, que o tempo ainda não apresentou muito bem à mesa, excitam o jogo como nunca antes fora excitado.

São essas novas jogadoras as que provam, mais uma vez, a plenitude do tempo em renovar, fazer amadurecer, envelhecer e novamente renovar as jogadoras e as protagonistas de determinadas épocas...

o pavio e o espontâneo

(29 de janeiro de 2012)

É no mínimo estranho, mas um estranho tão doce... um pavio malandro se encurtar, puxando pelo braço tudo aquilo que faz - ou é - a vida dinâmica, divertida, astuta, apreensiva e realmente interessante. Pavio malandro, trouxe o fogo mais rápido à pólvora, explodindo a pasma percepção do amanhã de algo vago e tonto, que hoje se faz ansioso e inquieto. Ansioso e inquieto justamente por essa astúcia da rapidez dos desfechos - que são desfechos de um início -, ou seja, do pavio, e também pelos próprios desfechos. Mas que pavio lindo meu deus!.. E quem diria que gritos ao redores de St John's Wood, lá pelos anos passados, poderiam excitar esse pavio, poderiam encurtá-lo mais e auxiliar algo desnorteador, tão magnífico por tão bêbado, arborizado e espontâneo..! Alguns espontâneos são danados de abater terrenos férteis à novos espontâneos orientados. Oh malandragem esse pavio e esse espontâneo!

sessenta ontem e hoje

(04 de janeiro de 2012)

A vida só é vivida quando se pensa, e pensar é fermentar o solo para qualquer experiência da vida, por isso a vida só é vivida quando se pensa. Não confundir pensar com receio é fundamental para sobretudo pensar, e, obviamente, viver!
O medo é alucinante, o receio é vertiginoso, mas antes dele há de vir o pensar neles, não eles para depois vir o pensar neles! Compreenda a vida, sinta receio, medo, vertigem, obsessão, vontade, mas faça!, faça para enaltecê-los de fato, faça para viver de fato! Qual outro motivo existiria em viver senão o de viver? Por que privar a vida da vida? A morte é o próximo destino, a agonizante não-vida eterna, não-consciência eterna, então que gozemos de nossa consciência enquanto vivos, nesse curto espaço do instante do tempo que pudemos ter o privilégio de compreender, entender, pensar e viver! De fato a morte não é nem um pouco amiga, não é tão positiva quanto tentam passar quando dizem "descanso eterno"; mas, se estamos sob julgo do destino em caminho à esta inóspita realidade eterna, a maltratemos então, provando à ela o quão vivemos, o quão somos antagônicos a ela! Viver é um privilégio perigoso, antes e depois a não-existência é uma - triste - realidade, então, que vivamos e vivamos mais ainda, o quanto mais pudermos!
Deixemos a eternidade da vida para os deuses, que nunca provarão realmente o gosto amargo e doce de viver! Eles podem existir, mas jamais vão viver! Jamais saberão que o sangue é realmente vermelho tinto, assim como o vinho, e jamais saberão o que é beber um vinho! 

encontrado nos porões daqui, só o primeiro parágrafo de alguma noite embriagada ._.

(13 de dezembro de 2011)

Vibrante e impactuosa, ela dançava e esbanjava seu glamour sob chãos escorregadios, se aventurando, perdida em seus anseios, aparentemente inabalável, causando inveja naquela que poderia lhe fazer cair a qualquer instante, sujeita a despejar ao menos um jato de detergente ao chão para ruir de imediato a sorridente ansiedade. A sorte, com o poder em suas mãos, invejosa por natureza e não menos vingativa, passeava ao salão tentando distrair tua atenção, engolida pela imagem alheia, de alguma maneira, seja por ironias trocadas em pequenas conversas com o revés, seja com mais alguma taça de champanhe ou mesmo fumando mais algum cigarro ali por fora.

......

"E o meu tempo é o infinito.."

(08 de dezembro de 2011)

De onde viria o brilho de um piano se não da virtuosidade dos dedos versáteis e apaixonados guiados pela imaginação e genialidade de um compositor?

Do que valeriam as flores se estas não tivessem espinhos para enaltecerem um contraste com a delicadeza de suas pétalas, contraste este talvez um dos fatos mais explicativos da natureza? O ódio e o amor, a vida e a morte, a esperança e a desilusão, a existência e o nada, pilares fundamentais para o homem, para seu desenvolvimento e seu viver de fato!

Do que valeria a própria natureza se não existisse algo para compreendê-la e inclusive vive-la? Seria a natureza digníssima como é se não existisse essa própria compreensão de que ela é digníssima?

E a pintura, sem a paixão exacerbante e intensa daquele que manifestou seus anseios numa tela com apenas tintas e pincéis, o que seria?

E a música... Oh, a música... A mais exuberante obra artística, a mais efusiva maneira de transmitir e perceber os sentimentos mais humanos; teria ela a mesma magia se fosse apenas uma melodia a-sentimental?

Enfatizemos os sentimentos! A paixão, do que valeria se não fosse realmente apaixonante, vertiginosa, esperançosa e sem critérios? Do que valeria se fosse limitada ao destino, a uma linha delimitadora fundada em preceitos e costumes? O que seria a paixão sem o calor da tentativa, da vulnerabilidade ao erro em busca do impossível ou mesmo do que se julga incorreto? A paixão sem liberdade é o a sem o z, é o alpha sem o beta, é o verso sem o poeta; a limitação dos sentimentos humanos é a destruição do humano, da sua possível missão durante tua breve e inexplicada vida, que é vive-la, amá-la e sobretudo amar!

O que seria esse meu suspiro se não fosse relatado? Seria a paixão aprisionada! Seria algo que clama por se manifestar, que anseia por urgir e, entretanto, sofrer-se-ia nos porões dos sentimentos, torturado seria pela limitação humana!

E o teu beijo? O que seria se não tivesse esse peso todo carregado? Se não exprimisse toda essa alucinação vertiginosa? Se não fosse de fato o teu beijo?

olá xuxu :)

(18 de novembro de 2011)

quanto tempo, ein?

enfim de volta a casa. retorna o disparate coraçãozinho a este blog :D

fim

(04 de julho de 2011)

e é dado o fim.
entenda-se: enfatização de suspiros, alívio, tranquilidade (enfatização pois já estavam encaminhados).
Tranquilidade por mais de um motivo.
e é dado o fim.

Nós, os imoralistas!

(03 de abril de 2011)

"Esse mundo que nos concerne a nós, no qual nós temos que temer e amar, esse mundo quase invisível e inaudível, de comandos e obediências sutis, um mundo de "quase" em todo sentido, espinhoso, cortante, delicado: sim, ele está bem protegido de espectadores grosseiros e curiosidade confiante! Estamos envoltos numa severa malha de deveres, e de lá não podemos sair - nisso precisamente somos, também nós, "homens do dever"! Ocasionalmente, é verdade, dançamos com nossas "cadeias" e entre nossas "espadas"; com mais frequencia, não é menos verdade, gememos debaixo delas e somos impacientes com toda a secreta dureza do nosso destino. Mas não importa o que façamos, os imbecis e as aparências falam contra nós, dizendo: "Estes são homens sem dever" - sempre temos os imbecis e as aparências contra nós"
F. Nietzsche

ela ficou no sonho, a mercê dos filhos da puta

(07 de março de 2011)


rs

E, enfatizo, ainda mais esse "amar" muito livre

(06 de fevereiro de 2011)

Eu estava embriagado mas não com a mente completamente sedada. me recordo agora do sim, um pouco receoso, que ela falou, e o ódio abraçado com uma tristeza que cumprimentaram minha cabeça. Esse sim que ela disse não diz respeito tampouco resume quase nada que foi conversado, que verdadeiramente era (e é) importante e sobretudo sincero. Mas foi esse sim que me recordou de fato a minha, apesar da eventual tranquilidade por expor tudo aquilo que me atormentava, angustia. Em decorrer desse sim, perguntei se não tinha amor próprio, de fato eu, apesar e em virtude das minhas paranoias e conclusões diversas vezes tiradas e diversas vezes também questionadas, sabia a resposta - e sabia que poderia ser uma conclusão errada por tanto que pensei e me matei a razão e sua tranquilidade mergulhando nos mais gelados mares da paranoia exacerbada -; não, não tens amor próprio. E foi exatamente isso que ela falou, não tenho. Mas uma discussão, assim como as outras, guiada não pela total razão todavia pela alma, pelos sentimentos que criam consequências e também o são consequências - talvez da própria razão (leia-se pelo ato de pensar) -, fora criada e, como filho obediente, a angustia a acompanhava.

Mas, fatidicamente, essa conversa, apesar de alimentar alguma certa tristeza que sentia e ainda sinto, fora de extrema importância, trouxe um alívio - por, além de me livrar daquilo que eu deveria já ter-me livrado, também senti reciprocidade em algumas passagens, algumas falas, manifestações de, sim, admite-se, amor e carinho -. Sei da realidade entretanto não sei, parece não coeso mas tens sentido, e como o tem. A alguma experiência provada até então é o que faculta sentido; e é essa alguma experiência que também efetiva o "Sei da realidade".

Por várias vezes, para não dizer por todas vezes - ou quase todas -, essa convicção de saber da realidade que ruiu demasiadas pequena-relações - e também a sensatez, já deveras machucada -, talvez esse sentimento de saber da realidade, de certa forma até prepotente, que deu partida, depois de muito tempo e de muitas navegações, à este próprio texto que escrevo. É importante ressaltar que o afirmo com a condição de ter dado a partida indiretamente. Metaforicamente, considere este sentimento como algum esgoelado grito nas montanhas mais altas e geladas do mundo, o ímpeto do texto (não somente o que fora aqui escrito, mas tudo aquilo que por volta do que fora escrito rondou e ainda ronda) como uma gigante avalanche e essa conversa em si (e o pós-conversa, até então) narrada no texto como uma aparente calmaria da catástrofe naqueles lados gelados e tão solitários do mundo, morada das montanhas e dos gelos que nelas deslizam.

Muito me desnorteei aqui, com certeza pela vertigem de pensamentos que me ataca, pela ânsia de gritar em forma de letras, frases e parágrafos aquilo que hoje, que agora eu sinto; gritar que nada começou e certamente nada terminou, que esse fato fora somente um - mas não apenas mais um - que me trouxera um pacote ofertando mais sentimentos - repetidos, sim, mas em contextos diferentes - param minha e nossa longa caminhada. Sinto-me obrigado a finalizar com, depois de um texto carregado e extremamente subjetivo, uma passagem objetiva, justamente para assentar minhas ideias e frear a minha cabeça que ficou muito aquecida desde a primeira palavra que neste texto escrevi. Sinto-me tranquilo, sim, amo-a, sim, admiti à ela - também à mim - e somente aos dois que isso verdadeiramente importa, e, por isso, não afirmo que eu somente esteja tranquilo. Qualquer um (sobretudo eu) compreende as consequências desse "amar", compreende o sabor e as energias - digamos, boas ou, sim, más - dessas consequências. E, enfatizo, ainda mais esse "amar" muito livre.

eu amaria ser gay

(10 de janeiro de 2011)

Eu amaria ser gay se gostasse de homem.. todo gay é muito mais homem que qualquer "homem" que se diz "não sou gay nem fudendo"... por que? porque todo gay dá sua cara a tapa à moral, bate de frente dos valores sociais, dos dogmas, das pessoas manipuladas e fúteis, bestas... e todas essas pessoas futeis e bestas são tão covardes, se limitam ao pensamento geral e, com isso, limitam sua genialidade humana...

Grande, complexa e engenhosa instituição da destruição do pensamento sejais a moral, o tradicionalismo!

quase-tríade esplêndida e sedutora

(09 de janeiro de 2011)

A voz hipnótica da Janis ecoa as mais belas fantasias geladas, escuras e brilhantes em minha magnífica imaginação... Oh, maravilhosas sejais! E que mais uma encontra-se, mais breve o possível, neste seio esplêndido e sedutor, a tão querida realidade!

software do desejo

(09 de janeiro de 2011)

Aqui se passam tantas! E tantas por aqui não se passam!
O desejo é o que move-nos, a atração é o que por ora nos destrai, por ora nos assola.
O verdadeiro sentimento animal é o verdadeiro sentimento humano, além deste tudo há de ser supérfulo, todavia este é, em momentos, demasiadamente supérfulo!
Enfim, máquina do desejo, máquina da atração, máquina da vida.
O que muda são contextos de scripts programados, os quais inteligentes o suficiente para breves atualizações.

vadiagem

(09 de janeiro de 2011)

Todas elas são vadias, todos eles são vadios, para todos nós não sermos vadios-melancólicos

..

(05 de julho de 2010)

e na hora que dá vontade de correr pro colo de alguém? pra berrar alguma ajuda? ajuda de quem? cadê? você fez, você paga, você que se resolva... e não seja fraco e simplesmente se renda à eventual fraqueza que você dispõe como a pedra da estagnação do seu avanço... mas agora é tão dificil confiar em sí mesmo quando descobre-se que seu orgulho ruiu, suas esperanças quase se sucumbiram em virtude de seus próprios erros... e como confiar em si mesmo sabendo que sempre errou? que sempre quando pensou ser tão magnífico e brilhante, você foi somente um nada se achando demais, e que salto alto em quem não sabe andar nem sem salto é queda na certa? onde está agora o grande homem? onde está agora aquele que outrora era tão cauteloso e inteligente? vá, use de sua cautela e sua inteligência para solucionar a merda que estas duas criaram. a consequencia é da tua própria estima, nada mais, e que sua própria estima se foda junto ao momento, à consequencia.

selvagem

(06 de abril de 2010)

cada dia mais selvagem
cada vez mais selvagem

diante da noite caindo sobre os sentidos
candice, selvageria, sentimento de animal
voltando às origens de um ser sociável
aliás, extremamente sociável...

diante de uma fera besta
está aí, a natureza
fria, gelada, dura
extremamente real, extremamente anti-social

ela mata, ela faz viver
faz sentir a vida
a realidade de uma carne louca
de uma carne que obteve, com tanto esforço
um dia,
conseguir pensar nisto
poxa, mas que loucura!
uma carne fedida,
uma coisa selvagem
morta
refletindo sobre ela
sobre a vitalidade de sua carne
morta

quando a noite desce,
transborda extase na visão
na mal visão, no corpo
de um bicho louco
seus instintos selvagens agora se destacam mais
pupilas transformam-se constantemente de tamanho
algo colossal nasce nesta longa hibernação
neste longo espaço de tempo em sedentarismo
medo, loucura, desconfiança, de pensamentos
pensamentos loucos, preocupações malucas
sim, estas destruições animais agora são destruidas
pela noite, pela ascensão da fera, do selvagem, do animal
animal selvagem

diante da pele sente arrepios e calafrios
em função do vento, extremamente frio
morto, rasgante, faz o nariz mecher colateralmente
em poucos instantes de uma longa visita
à verdadeira terra, realidade, ao verdadeiro
real estado de ser animal
o vento rasga, e muito
sua coluna se inquieta, há uma enorme
vulnerabilidade nas espinhas

a audição contrasta com a visão
escutando o escuro
vendo o som do vento, dos ventos
rasgantes, que agora atacam os ouvidos
resultando em grandes estrondos
sim, ouve-se o rasgar, o cortar
os olhos ressecam, assim como

a boca, a língua, que porventura está aberta e para fora,
respectivamente
o sabor é de realidade, é de natureza
é de selvageria
de animalia
da força que move tudo, todos, e o nada
da força que destrói, constrói e faz-te sentir
o gosto é seco, direto e reto
a natureza vinga, mesmo não tendo nada a vingar

afloram sentimentos selvagens
onde estão os pêlos?
os olhos vermelhos,
as garras afiadas?
toda a fúria concentrada
está na hora de se libertar?
para de pensar
parte-se para a emancipação da raiva
do nervosismo, da neurose
da paranóia
do sentimento contínuo de ódio
de malícia, de calma, sangue frio

sangue que corre agora não é daquele que se socializou e pensou coletivamente
que aprendeu a se comunicar com outro bicho insano
e se achou o máximo
o máximo agora, que lhe toca, é o medo
a psicodelia, a candice, a ansiedade,
ansiedade
selvagem

és agora o bicho
voltastes à tuas origens
tornar-se-á assassino-mor
como te foi pre-estabelecido
ao ser o que é
não fujas
não tem como,
se esquive, seja esperto,
ou tente
mas não fujas,
NÃO TEM COMO

és uma fera, um bixo, selvagem, dentro de um objeto natural que exerce uma série de alterações naturais que dentre seu corpo animal podem também existir podem fazer podem explodir queimar e degenerar e criar
e agora?
bixo, louco, maluco

tende a cair a noite em dia
garoa gelado, em pleno estado de intenso e absurdo nervosismo
treme, treme, sente frio, quer calor
aqueça-te! vá, bicho louco, bicho fraco!
se tu seguistes teus instintos desde antes
eras tu muito mais forte
seu corpo não necessitaria da natureza que manipulastes!
da natureza que manipula e tranforma-a em naturezas "salvadoras"
deixa-te deste vício!

o pensamento é o maior de todos os vícios!
grite, exale tua força, tua rebeldia interna
natural e selvagem
não pense, não pense, siga em frente em meio às seus instintos, os mais confiáveis guias de tua vida!
o pensamento vicia! larga-te, consuma ódio!
larga-te do pensar

os ouvidos doem ao sentir o exterminador som gelado
morto e aniquilador
por dentre sua audição penetra a dor do NADA, do silêncio,
o que te esperas a gritar?

larga-te do teu pensamento!

sua visão dói, demais
a claridade lhe deixa instável por um tempo indeterminado
mas a visão não é o sentido mais importante
não e não

já é sol, ele já lhe dói o corpo
todos os sentidos
corra
enquanto é tempo
ela vem

esconda-te agora sob uma árvore
ou sob um prédio, não é?
um resultado de suas belas ações sociais
DESTRUA-OS!

Já imaginastes a fera que tu és
destruindo, absolutamente tudo!?
você está sozinho


sejais esquisofrenico,
tenha medo
tens medo?
SIM!
Disserte e veja rastros dos seus lados
rastros dourados

será o extase do seu psicologico?
encare
a loucura

amanhá é um novo dia
na selva
do seu psicológico
seja forte
SOU FORTE

encaro minha loucura
pois encaro a mim mesmo
pois conheco-me
se não conheco-me
é mais um motivo para encarar
para me conhecer
e me controlar

e saber com isso,
me descontrolar
e ficar mais louco
ainda

mais louco
selvagem
ainda!