sábado, 16 de abril de 2016

permita-me os excessos

Permita-me os excessos,
As vontades talvez precipitadas,
As algumas demonstrações de ansiedade;
Isso porque eu sou assim:
Do intenso, do que flameja,
do que reivindica, do que atiça,
Do que requer, do que quer,
Mas que quer por inteiro,
Mas que quer pelos dentes que rangem,
Que quer pelas inspirações que surgem,
Que quer por infinitos momentos de confissão e entrega mútua;

Permita-me os excessos,
Mesmo esforçando-me não permiti-los a mim;
E mesmo esforçando-me não permiti-los a mim,
Não suporto abafá-los,
Escondê-los, retê-los,
Contraí-los;

Permita-me os excessos,
Que quando transbordam-se provocam-me
Silêncio, aparente incerteza,
Confusão ou introspectividade,
mas que, na realidade,
Por dentro é uma combustão de vontade
E de necessidade de você,
a amável e insaciável razão dele;

Permita-me o excesso.