Gostando de poemas
Descomprometidos com a dor,
Com o amor, o pesar,
Mesmo que das rimas
Não consigo me livrar
(Quanto a isso, tudo bem,
Conseguimos trabalhar);
Que falemos de outras coisas
Quaisquer-coisas
De falar.
A propósito,
Que terrível!
Que calor em Beagá!
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
tda/h clinicamente detectado e empiricamente comprovado
Olho os meus chapéus,
Mais abaixo os meus livros,
Mais abaixo, meu uísque,
Em minhas mãos, um Vinícius;
Corro então e pego um lápis,
Pode ser inspiração!
Mas frustrado já constato,
Foi apenas distração.
Mais abaixo os meus livros,
Mais abaixo, meu uísque,
Em minhas mãos, um Vinícius;
Corro então e pego um lápis,
Pode ser inspiração!
Mas frustrado já constato,
Foi apenas distração.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Soneto dos bobos
Lá vem o bobo com cara de bobo,
Cara que acha ser cara de esperto;
Rodeia, envolve, chega mais perto,
Recua, oportuno, fazendo seu jogo;
Lá vem o bobo, fingindo ser sério,
pergunta o que sabes, fingindo ser novo;
Inclusive, tem hora, se finge de bobo,
E ri pressupondo prendê-la decerto;
Mas ela se envolve só que envolvendo,
E em meio a esquivos, senões por demais
De repente te enlaça em nós que lhe faz;
E tu, malandro, olhai como estás,
Ardendo em vontade, e ela correndo
És feito de tolo, passado pra trás.
Cara que acha ser cara de esperto;
Rodeia, envolve, chega mais perto,
Recua, oportuno, fazendo seu jogo;
Lá vem o bobo, fingindo ser sério,
pergunta o que sabes, fingindo ser novo;
Inclusive, tem hora, se finge de bobo,
E ri pressupondo prendê-la decerto;
Mas ela se envolve só que envolvendo,
E em meio a esquivos, senões por demais
De repente te enlaça em nós que lhe faz;
E tu, malandro, olhai como estás,
Ardendo em vontade, e ela correndo
És feito de tolo, passado pra trás.
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
como os poemas nascem
Feito uma espontânea e frágil represa,
a água quente retem-se em minha cabeça
e por trás das orelhas rapidamente escorre,
fenecendo-me a dureza,
arrepiando-me os braços,
entortando-me os olhos,
desvelando-me leveza...
Tão leve e submerso o corpo,
As tensões estalam;
Tão leve e delirante vapor,
As paredes suam;
Tão leve e distante a mente,
Os devaneios inspiram;
Tão leve e sublime assim,
Os poemas nascem.
a água quente retem-se em minha cabeça
e por trás das orelhas rapidamente escorre,
fenecendo-me a dureza,
arrepiando-me os braços,
entortando-me os olhos,
desvelando-me leveza...
Tão leve e submerso o corpo,
As tensões estalam;
Tão leve e delirante vapor,
As paredes suam;
Tão leve e distante a mente,
Os devaneios inspiram;
Tão leve e sublime assim,
Os poemas nascem.
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Soneto da espera
Já alguns dias depois daquele dia,
A dor da despedida ainda doía nela:
Sem foco, perdida, distante, aquela
Menina dos risos não mais sorria.
Queria tratar-se, mas não sabia;
Queria esconder-se, com a porta aberta.
Queria esquecer-te, mas não queria.
Mas o que queria, se estava incerta?
Mesmo tendo partido naquele dia
E a deixado sozinha (o amor que tivera!),
Optaste, assim, pela medida certa
(Ao menos era o que o coração dizia):
Esperar teu retorno, com a alma aberta,
Sendo completa e abnegada espera.
A dor da despedida ainda doía nela:
Sem foco, perdida, distante, aquela
Menina dos risos não mais sorria.
Queria tratar-se, mas não sabia;
Queria esconder-se, com a porta aberta.
Queria esquecer-te, mas não queria.
Mas o que queria, se estava incerta?
Mesmo tendo partido naquele dia
E a deixado sozinha (o amor que tivera!),
Optaste, assim, pela medida certa
(Ao menos era o que o coração dizia):
Esperar teu retorno, com a alma aberta,
Sendo completa e abnegada espera.
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