quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Quando não os prédios

Acostumado com a cidade que se encerra
Pelo Curral que lhe faz jus ao nome,
Deslocado fico na cidade que sem serra
Nada lhe abraça pelo seu horizonte.

São Paulo, 12 de dezembro de 2015

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

poesia

Não basta falar do coração,
Ter um dicionário à mão
Ou rimar com perfeição
Se não tens sensibilidade.

Essa não se busca;
Lhe invade.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O poeta das sete cordas

"E lá vou eu, 
melhor que mereço,
pagando a bom preço,
a evolução...
Ah, se não fosse o violão..."

O poeta das sete cordas
trata cada corda de seu violão
como um novo grande amor;
de leve pega, reconhece, toca,
sente o cheiro, olha,
delicado encosta,
estranha, entende,
passa o dedo, roça,
ajusta, traga,
bebe, retorna,
reolha, afina,
afrouxa, reforça;
e quando lhe tens
afinada a viola,
e os dedos endiabrados
entrelaçando as cordas,
seus ouvidos, que aliás,
são o teu próprio coração,
sentem um gosto de uva
com perfume de mel;
e esse mundo cruel
de tantas decepções,
se desfaz na medida
em que toca suas canções.

O poeta das sete cordas...