(16 de fevereiro de 2013)
Como se o frio
não viesse com o arrepio,
e o sopro
não fizesse o assobio;
Como se o stresse
não se fizesse
da rotina
e como se o louco
não tivesse, ao menos um pouco,
um momento de gritaria;
como se a canção
existisse
sem a interpretação
e a bronquite,
doída,
tossisse sem a rouquidão;
como se o peito
trêmulo
não tremesse do vento
tênue
trazendo emoções
serenes,
entretanto impetuosas;
como se o Sol,
descendo,
em meio ao céu,
imenso,
não provocasse
catástrofes
visuais
como as Auroras;
Como se agora
as estrofes, a história,
as lápides, as lutas,
vitórias, emboscadas,
as frutas catadas
nos bosques, nas grutas,
nas matas,
estivessem vazias de sentido;
como se o homem
não os tivesse feito,
exprimido, cantado,
gritado, louvado,
cuspido,
morrido no leito da guerra,
deitado na solidez da terra,
ou mesmo não tivesse sofrido
na solidão que berra;
Como se eu escrever
essas linhas
não tivesse ligação
com essa minha
solidão
que me assoterra;
maltrata;
me mata;
E faz-me comparar
as chibatas com as costas,
as rodas de samba
com as nossas
sambistas loucas;
Como se realmente
tivesse ligação
umas com as outras.
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