domingo, 13 de outubro de 2013

me vingar eu não ter você

(25 de março de 2013)


me pego confuso
quando ora me atrevo,
ora me recolho,
ora me olho em meus olhos
e não me entendo;
ora lhe perdoo,
ora choro de teus olhos,
e me condeno;
e já me comprometo,
mas já me perco em perigosas prosas comigo mesmo;
me aperto, me esquivo
me retiro..
mas volto-me aos teus olhos
e é impossível acompanhar
o inevitável destino
sem me frustrar,
e quanto mais me reviro
é impossível te olhar
te fitar, te amar
sem me maltratar
e sem me instigar
a me vingar, te xingar
a te cuspir, berrar em ti
a fazer-te desesperada por qualquer motivo
bastasse apenas que fosse por mim;
mas volto a mim,
retenho-me;
remoído, retido em dores prontas
acabo vendo que no fim das contas
só me perco assim desvelando as gotas
dos meus olhos que fogem dos seus;
os meus olhos que perseguem os seus
de sólidos se desmancharam em borbotões,
em revirados fólios de minhas certezas de possíveis conquistas
e não encontrados nas tristes linhas de minhas anotações;
sem canções, sem poesias,
sem estrofes, sem bordões;
sem excertos
sobre incertezas
sem começos,
sem conclusões

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