domingo, 13 de outubro de 2013

18 de julho

(18 de julho de 2012)

e foi há pouco..
e já sinto uma eternidade
e agora, na verdade
já passou tanto tempo
por tanto pensamento me acompanhar
e a rua me parece tão intensa
e a lua não mereceu a minha presença
ela não apareceu para me consolar
nem ela..
andando e pensando em parar
e sentar num gramado,
que ironia, flores tão rosas,
um frio tão típico dos dias desse julho amargo
me lembra tanto de coisas nossas
uma música que é tão nossa, tão alto...
me lembra tanto de como te amo
e eis que estamos
nos amando e distanciamos
um ao outro ao leu destino dos ventos;
que devem estar sempre tristes,
por correrem tão intensos
em busca de algo que por toda existência nunca encontraram..
tristes estamos nós, que em todo mundo,
sentados e calados
engolimos simultaneamente mágoas e soluços sufocados
por desilusão, alguns
solidão, outros
outros apenas por muito amor...
e me acompanha também a tão estimada embriaguês
tão esperada pelos ansiosos que se iludiam
que iriam sorrir sinceramente depois de alguns naufrágios e viam
que só lhes estava destinado, de fato
a amargura dos copos vazios que lhes encharcavam malstratos..
e é tão sinuosa minha cabeça
e tão dolorosas minhas lembranças
e tão lamuriosas essas minhas linhas me perdendo em lamentações mundanas
os desesperados apaixonados! (sic)
e os bebados sufocados! (sic)
de que valem para mim?
se o fato de eu estar assim tivesse alguma ligação, enfim..
não me perdi
e só penso em ti
pra variar
e escrevo a ti
pra variar..
e escrevo sobre ti,
pra variar...
não me julgues um imbecil desiludido, solitário,
como tantos foram
quando tantas vezes escreveram dores de traições
de romances, de paixões,
aqueles penosos poemas de lamentações
estes são tão chatos
e já mastigados
dos tradicionais insuportáveis angustiados..
me perdoe se por essas bandas tive andado com minhas palavras
e minhas queixas não se passaram de queixas já faladas
reditas e perdidas no vasto porão literário das tristezas da humanidade..
mas acontece que não sei expor
e isso dói, amor
e você sabe...
e vejo na escrita uma forma de desanuviar a dor
que você sabe que sinto..
exclamo que te amo, amor!
não estou, por essas confissões na verdade já confessadas
suplicando a qualquer preço
as nossas intensas noites passadas
de volta
me arrastando aos seus pés
e clamando emaranharmos e nos arranharmos em sua cama
de volta,
como se fosse tudo novo de novo;
não estou, apesar de saber que poderia estar
se fosse o caso..
eu me entregaria,
me entreguei o tanto que pudia
ao destino sem destino que tinha o nosso amor..
eu me entregaria de corpo e alma
à mútua complacência, reciprocidade
à intensa intimidade
que na realidade
é o que mais me aquece,
me sacia e me engrandece
de verdade..
me entreguei a ti
e sei que te entregaste a mim
e assim, a gente se amou,
durante meses sem fim
mas veio o fim
quando, talvez, te sufoquei
quando, talvez, te agarrei
e supliquei um mergulho na imensidão de nós dois
de somente nós dois...
te entendo do fundo do coração
reconheço o que me falou
sei intimamente do que sentiu quando em algum momento repensou
o que pensou conseguir
por mim
e sei como é não conseguir
porque também não consegui
mas vivi, tentando e conseguindo
por infinitos dias lindos
os seus sorrisos, nossos sorrisos..
dói, meu amor
saber de tudo,
mas doeria mais não saber de nada
ou saber que nos perdemos às custas de nada..
mas não quero aceitar(!!)
não me vejo aceitar
por te amar!
me vejo sonhar com outras tantas novas músicas que poderíamos cantar,
e tantos novos quadros que poderíamos pintar!..
desculpe se isso negativamente te atinge
como se fosse de minha parte alguma pressão;
mas me aflige o sliêncio do meu peito
e, permanecê-lo assim, calado em teu leito
seria tornar isso tudo que sinto em vão..
dói, o amor
e o que seria o amor sem essa dor?
mas dói, realmente dói
não adianta gritar que quero você
ou me privar e nunca mais te ver..
mas dói, realmente dói
esse terrível não saber o que fazer..
Me resta o que, portanto?
levantar e ir embora, pra casa,
ou continuar, em meio ao perfume de flores de julho,
sentado, cantando, escrevendo e chorando?

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