sexta-feira, 13 de setembro de 2013

é muito

(25 de março de 2012)




é muito forte pra mim!
é muito peito trêmulo, é muito pulmão ofegante, é muito assédio à cuca, é muito estímulo para que os dedos suportem tanta contorção... é muita exacerbação que anseia explodir!
é muito violino aos meus ouvidos, é muito choro das notas tortas que gritam, berram e gemem!
é muito pôr do sol escarlate para meus olhos!
é muita lágrima para os meus olhos, e muita ânsia para meu pescoço contraído!
É muita força para minha panturrilha, é muita respiração ofegante e crescente e muito ofegante e crescente a respiração!
É muita dor da boa dor para o coração, é muita inspiração frustrada e efetivada para a imaginação!
É muito mais que o vermelho que se apresenta ao preto e o branco como solução!
É muito mais que a unha que arranha e o dente que morde o tesão!
É muito mais que o sol que ilumina e a lua que apaixona a noite clara e seca de verão!
É muito mais que a primavera dada ao inverno como solução!
É muito soluço dedicado à prisão da traqueia das paixões, é muito choro que vem como dilúvio à tristeza trazendo as boas novas das purezas de nosso líquido ocular!
É muita tempestade para os jardins de minhas emoções, mas igualmente são tão bêbadas as flores que nele gozam mel junto às abelhas, e das tempestades as beberronas se fazem de rainhas!
boêmias, flores dos jardins de minhas emoções, de meus devaneios, boêmias flores! bêbadas de mel, de tempestades e de amor!
É muito sereno para minha saúde, é muito orvalho para as folhas dos jardins! Mas é tamanho o prazer que as tênues e sutis gotas de água, ou de choro, ou de vinho, provocam nas folhas! As trepadeiras, as que vão além e trepam galhos e quaisquer objetos suspensos a fora, que conhecem bem como desfrutar das delícias do orvalho matutino, apreensivo e poético por primazia!
É muito ácido para a sanidade, é muita maconha para a ansiedade, é muita cocaína para a monotonia, é muito tesão como terapia!
é muito forte pra mim!
É muito urgente o delírio, o virar dos olhos, a fuga da desgraça, a investida na vida, o estourar dos fogos e das festividades da consciência, o emaranhar as coisas que não se medem e não se explicam, que nem os espertos, ou mesmo os bêbados e sonolentos compositores, apaixonados e escritores explicam...
É muito urgente o piano ao excitado, a cama ao exagerado, ao defunto leviano a vida e o luar às águas turvas de um rio!

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