terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O poeta das sete cordas

"E lá vou eu, 
melhor que mereço,
pagando a bom preço,
a evolução...
Ah, se não fosse o violão..."

O poeta das sete cordas
trata cada corda de seu violão
como um novo grande amor;
de leve pega, reconhece, toca,
sente o cheiro, olha,
delicado encosta,
estranha, entende,
passa o dedo, roça,
ajusta, traga,
bebe, retorna,
reolha, afina,
afrouxa, reforça;
e quando lhe tens
afinada a viola,
e os dedos endiabrados
entrelaçando as cordas,
seus ouvidos, que aliás,
são o teu próprio coração,
sentem um gosto de uva
com perfume de mel;
e esse mundo cruel
de tantas decepções,
se desfaz na medida
em que toca suas canções.

O poeta das sete cordas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário